9ª Dia - Confraria do Champanhe da Serra Gaúcha em Portugal - João Portugal Ramos e Quinta da Bacalhoa

Amigos

As postagens atrasaram... mas não deixaria de fora estas visitas tão importantes!!

Era o nosso último dia no Alentejo. Saímos cedinho de Évora, para aproveitar um pouco Estremoz e já se preparar para um grande encontro que teríamos no almoço. Hoje nos esperava João Portugal Ramos, um expoente do vinho português. As ruas estreitas são um atrativo a parte, cheias de charme e história. 




João Portugal Ramos é expoente. Sua história: 

Nascido de uma longa linhagem de produtores, João Portugal Ramos licenciou-se em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia. Estagiou no Centro de Estudos da Estação Vitivinícola Nacional de Dois Portos, após o que iniciou em 1980, no Alentejo, a actividade de enólogo.

A partir da experiência acumulada, João Portugal Ramos constituiu a Consulvinus no final da referida década com o objectivo de dar resposta às inúmeras solicitações de vários produtores um pouco por todo o país. Assim, a Consulvinus alargou a sua actividade para além do Alentejo a partir de 1989, chegando ao Ribatejo, Península de Setúbal, Dão, Beiras, Estremadura e Douro, participando no desenvolvimento de marcantes vinhos portugueses e revitalizando regiões que até então começavam a cair no esquecimento dos enófilos e dos consumidores.

O sucesso e os prémios acumulados por estes vinhos ao longo da sua carreira valeram-lhe o reconhecimento nacional e internacional como um dos principais responsáveis pela evolução dos vinhos portugueses na última década.

Em 1990, João Portugal Ramos plantou os primeiros cinco hectares de vinha em Estremoz, onde vive desde 1988, dando início ao seu projecto pessoal.

Em resultado da política de novos investimentos em vinhas surge o problema da transformação da uva. Numa região com um elevado potencial para a produção de vinhos de qualidade como Borba, decidiu apresentar um projecto que visava a transformação das suas próprias uvas, assim como das uvas provenientes das vinhas arrendadas e das que compra mediante contratos de longa duração.

Estes contratos são abrangentes, pois toda a orientação técnica das vinhas, desde o encepamento, plantação, tratamentos fitosanitários e marcação da vindima são da responsabilidade dos técnicos de viticultura da empresa.

A primeira vindima realizou-se em 1992 e nos anos que se seguiram o vinho foi elaborado em instalações arrendadas, sendo 1997 o primeiro ano em que foi vinificado nas novas instalações.

A construção da adega em Estremoz, no Monte da Caldeira, iniciou-se em 1997, tendo sido ampliada em 2000. Hoje em dia dispõe de cerca de nove mil metros quadrados de área coberta, encontrando-se dotada de moderna tecnologia de vinificação, sala de engarrafamento e caves com aproximadamente duas mil barricas de carvalho francês, americano e português, utilizadas para o estágio dos vinhos. Na adega do Monte da Caldeira o moderno convive harmoniosamente com a melhor tradição vinícola portuguesa, sendo que parte dos lotes destinados aos tintos mais sofisticados é pisada em lagares.


Hoje é referência internacional: perfeccionista, quer fazer o melhor a preços justos. Respeita o terroir. Investe em outras áreas, além do Alentejo: está com o fantástico projeto Duorum no Alto Douro, vinhos para revolucionar.

A cave é impecável. Os lagares de mármore rosa, típicos da região, estava cheios de uvas; era a fermentação tradicional dos grandes vinhos. A sala de barricas é fabulosa.


A degustação seguida de almoço demostrou muito do potencial de tudo que JP Ramos executa. 
Sou muito entusiasta de seus vinhos por considerar que são extremamente justos com os preços e no respeito ao consumidor. No Brasil, marcas como Lóios são facilmente encontradas; o Tons de Duorum tem excelente custo benefício; nos brancos, Marques de Borba é uma escolha de categoria.

Confira algumas fotos:






Na ocasião, pudemos entregar o livro da Confraria ao João Portugal Ramos, assim como o livro sobre Enoturismo Brasileiro.



A recepção foi impecável.


Na sequência, nosso destino era Setúbal/Azeitão, para visitar os jardins da tradicional Quinta da Bacalhoa.

Segundo o site do grupo Bacalhoa, a propriedade é "considerada a mais bela quinta da primeira metade do século XV ainda existente em Portugal, a Quinta da Bacalhôa é uma antiga propriedade da Casa Real Portuguesa. Localizados em Azeitão, a Quinta e o famoso Palácio da Bacalhôa constituem um monumento artístico da maior relevância para o País.

No século XIV pertenceu, como quinta de recreio, a João, Infante de Portugal, filho do rei D. João I. Herdou-a sua filha Dona Brites, casada com o segundo Duque de Viseu e mãe do Rei D. D. Manuel I. Ainda hoje existem os edifícios, os muros com torreões de cúpulas aos gomos e também o grande tanque, beneficiações mandadas construir por Dona Brites.

Esta quinta viria a ser vendida em 1528 a D. Brás de Albuquerque, filho primogénito de D. Afonso de Albuquerque. O novo proprietário, além de ter enriquecido as construções com belos azulejos, mandou construir uma harmoniosa “casa de prazer”, junto ao lago, e dois robustos pavilhões, junto aos muros laterais. Nos finais do século XVI, esta quinta fazia parte do morgadio pertencente a D. Jerónimo Teles Barreto — descendente de Afonso de Albuquerque. Este morgadio — em que estava incluída a Quinta da Bacalhôa — viria a ser herdado por sua irmã, Dona Maria Mendonça de Albuquerque, casada com D. Jerónimo Manuel, conhecido pela alcunha de “Bacalhau”.

É muito provável que o nome “Bacalhôa”, pelo qual veio a ficar conhecida a antiga Quinta de Vila Fresca, em Azeitão, tenha tido origem no facto de a mulher de D. Jerónimo Manuel também ser designada da mesma forma sarcástica. Esta quinta ficou consagrada entre os tesouros artísticos de Portugal.

Em 1936, o Palácio da Bacalhôa foi comprado e restaurado por Orlena Scoville, de nacionalidade norte-americana, cujo neto encetou a missão de tornar a quinta num dos maiores produtores de vinho em Portugal, na década de 70 do século XX.

Actualmente a Quinta da Bacalhôa pertence à Fundação Berardo, liderada pela família Berardo, cujo patriarca é o Comendador José Berardo.

Foi classificada pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) como Monumento Nacional em 1996."

Seguem fotos desta fabulosa visita:








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