Guatambu, Estância do Vinho | A inauguração | Um marco na história do Vinho da Campanha e do Brasil


Guatambu Estância do Vinho inaugura vinícola enoturística


Localizada em Dom Pedrito, a construção com arquitetura no estilo espanhol conta com 3.000m2 de estrutura total



A Guatambu Estância do Vinho inaugura no dia 06 de junho, para imprensa e autoridades, sua vinícola em Dom Pedrito, prometendo ser referência em enoturismo na Campanha Gaúcha, considerada umas das regiões mais promissoras do Brasil para produção de vinhos finos. Um dos atrativos será o turismo rural, apresentando ao visitante a cultura da região do Pampa, já que o empreendimento foi implantado no coração da Estância Guatambu, propriedade rural com 56 anos de existência.




(Valter José e as filhas Isadora e Gabriela / foto de Paula Naressi)

O prédio revela arquitetura no estilo espanhol com galeria de acervos da Estância, auditório, varejo, parrilla e salão de eventos para 200 pessoas. A estrutura total conta com 3.000 m², distribuídos em dois níveis, empregando a técnica da gravidade nos processamento da uva, considerada a melhor para produção de vinhos finos de qualidade. É no espaço subterrâneo que são elaborados todos os rótulos da vinícola, visando preservar sua qualidade com maior controle de temperatura.


Origem


A origem do empreendimento vitivinícola foi há dez anos, quando foram implantados os primeiros vinhedos, visando diversificar as atividades da Estância Guatambu, do médico veterinário Valter José Pötter. Na época, sua filha Gabriela, formada em Agronomia, motivou a família a fazer um projeto piloto com uvas Cabernet Sauvignon e Chardonnay para aproveitar o excelente clima da região da Campanha (com verões mais secos, com alta insolação, topografia levemente ondulada, inverno adequado para dormência da videira e alta amplitude térmica), extremamente favorável à atividade. Estas características favorecem a produção de uvas com maturação fenólica, taninos maduros, complexidade aromática e gosto aveludado. Com o apoio dos pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho, foi elaborado o primeiro vinho Cabernet Sauvignon da Guatambu em escala industrial em 2008, chamado Rastros do Pampa. A estreia no mercado foi um sucesso de comercialização e arrebatou prêmios internacionais, fato que impulsionou os proprietários a investirem solidamente no ramo.

Produção atual




(colheita de Sauvignon Blanc em 2011 - foto de Maria Amélia Duarte Flores)

Atualmente são 22 hectares de área plantada, com uma produção de 100 mil garrafas por ano, e previsão de aumento para 180 mil unidades a partir de 2014. Os vinhedos estão localizados na latitude 30º58’ sul – a mesma de países como Argentina, Chile, África do Sul e Austrália, referências na produção de vinhos. A vinícola investiu na produção das uvas Cabernet Sauvignon, Tannat, Tempranillo, Merlot, Pinot Noir, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Gewürztraminer. A produção de vinhos é assinada pela Eng. Agrônoma e enóloga Gabriela Hermann Pötter, juntamente com os enólogos uruguaios Alejandro Cardozo e Javier Gonzalez Michelena. “Nossos vinhos e espumantes são elegantes, frutados e macios”, comenta Gabriela.

As obras para construção do prédio da vinícola iniciaram em fevereiro de 2011, com projeto assinado por Celestino Rossi. A área turística apresenta referências das estâncias da região do pampa, com decoração rústica, parrilla e móveis feitos com madeira rústicas de antigas cercas e instalações dos campos da família, com decoração assinada pelas arquitetas Deise Pires e Renata Lazzaretti. O salão Rastros do Pampa permite contato visual constante com a natureza local e foi pensado para eventos que reúnem originalidade, requinte e aconchego a uma ocasião.

Turismo

Após a inauguração do dia 06, a Guatambu receberá os visitantes a partir do dia 18, através de agendamento. O tour oferecido apresentará todas as seções de elaboração dos vinhos, desde a produção das uvas, recebimento e desengace das frutas, apresentação da área de controle de qualidade (laboratório), visita às caves e ao engarrafamento. “Se o visitante tiver mais tempo, poderá fazer cavalgada nos vinhedos e conhecer mais sobre a criação de ovinos e bovinos da Estância”, revela Gabriela Pötter.

A degustação dos vinhos e espumantes da Guatambu será harmonizado com tábua de frios ou parrilla de carne Hereford e cordeiro produzidos na própria estância. A vinícola também terá uma loja para venda da linha de vinhos, produtos típicos da região e cosméticos a base de uva.


Para agendamentos de visitas ou aluguel do salão Rastros do Pampa, os interessados devem entrar em contato através do e-mailvisita@guatambuvinhos.com.br.


Produção sustentável


Até o final deste ano, toda a energia utilizada para funcionamento da vinícola será fornecida pela propriedade, através de uma estação de coleta de energia solar. “Como a região é extremamente favorecida de sol, resolvermos investir na captação desta energia”, conta Pötter. A fase 1 do projeto já está em funcionamento, com 18 painéis de sistema fotovoltaico. A fase 2 contará com 700 painéis, que serão instalados no estacionamento do local, aproveitando a energia solar e ao mesmo tempo, servindo como cobertura dos veículos.


A previsão é que a segunda fase do projeto seja finalizada dentro de 60 dias, onde 100 por cento da energia da vinícola será fornecida por esta estação. Além de economia de energia elétrica, o sistema registra a economia na emissão de CO2 e devolverá à rede de energia a produção sobressalente que não for utilizada. “Nosso consumo no pico é de 20 mil quilowatts por mês. Com a instalação do sistema fotovoltaico, vamos garantir uma economia financeira e de energia”, conta. Foram investidos R$ 930 mil para a implementação do projeto. “Nossa trajetória empresarial sempre foi norteada pela inovação e sustentabilidade econômica, social e ambiental dos empreendimentos. No caso da vinícola não poderia ser diferente”, afirma.


A sustentabilidade também é encontrada no fornecimento de água do local. Reservatórios foram construídos para captar água da chuva, que é utilizada para PPCI e irrigação dos jardins. Outra parte segue para estação de tratamento, construída dentro dos padrões da Organização Mundial da Saúde, produzindo 500 litros de água potável por hora, que é utilizada para no complexo industrial e enoturístico.


Outro destaque é o jardim nativo formado com plantas oriundas do pampa gaúcho, implementado pela equipe da Face Nativa, coordenados pelo gestor ambiental Eduardo Fernández Iglesias e pelo biólogo Fernando Capsi Pires. “Este é o primeiro empreendimento no Brasil que possui um jardim de plantas nativas do pampa gaúcho”, revela Eduardo. O projeto contou com mais de 25 espécies de plantas da região, sendo o primeiro jardim concebido naturalmente no Rio Grande do Sul, incluindo o gramado de campo nativo e o pomar com seis tipos diferentes de frutas. A pesquisa, planejamento e execução do projeto durou um ano. As pedras utilizadas também são do local, encontradas durante a construção das fundações do prédio.


No que tange a produção de uvas, a Guatambu também utiliza uma técnica sustentável e ecológica no controle de doenças fúngicas, com a utilização da máquina Lazo TPC (Thermal Pest Control), que produz um jato de ar quente nos cachos de uva.

(texto enviado por Bruna Paulin)

Comentários

Mesa de Baco disse…
Degustei o espumante deles na ABS-Rio: Otimo! quero mais...

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